Fábio Santiago é o novo diretor de Gente e Gestão do Vetor Brasil, além de responder também pela área de Diversidade na Organização. De acordo com Joice Toyota, cofundadora e diretora executiva do Vetor Brasil, Santiago somará a sua experiência profissional às experiências das equipes que já estão fazendo um trabalho relevante nessas áreas.
Desejo de retribuir o que recebeu
Santiago tem uma trajetória profissional voltada a iniciativas e instituições que contribuem para o desenvolvimento social do Brasil, há mais de 20 anos. Ele foi bolsista de graduação da Fundação Estudar e se orgulha de poder transformar a vida de pessoas a partir do seu trabalho. “Fui a primeira pessoa da minha família a concluir um curso superior. Sem condições de pagar a faculdade, consegui uma bolsa na Fundação Estudar e foi assim que concluí a graduação em Administração de Empresas”, conta. “O interessante é que em alguns meses fui chamado na própria Fundação Estudar para um processo seletivo, no qual fui selecionado, assim trabalhei e estudei ao mesmo tempo”.
Para Santiago, a bolsa foi extremamente relevante porque sem ela, não teria tido a mudança de trajetória em sua carreira profissional. “Foi exatamente por ter recebido esta ajuda que decidi continuar no terceiro setor, pois teria a oportunidade de retribuir o que me foi ofertado”, pontua. “Quando eu iniciei há 20 anos atrás, as organizações ainda não tinham a estrutura de hoje. Elas estavam começando a trazer e incorporar alguns conceitos que já eram fortemente utilizados em outros países. A conversão de filantropia para investimento social privado, por exemplo, além do interesse das empresas e organizações em coletar os resultados dos investimento feitos, foram um diferencial para o segmento. Neste momento começou a se falar em avaliação de resultados e de impacto”.
Trajetória profissional
Santiago se formou em Administração de Empresas pela FMU, depois fez um curso de Gestão Estratégica de Negócios na FGV, seguido de um MBA em Gestão de Sustentabilidade também pela FGV. Começou na Fundação Estudar como assistente administrativo, e em pouco tempo foi promovido a coordenador, depois gerente e permaneceu no grupo por mais de sete anos. “Durante este período que atuei na Fundação Estudar, eu trabalhei simultaneamente para outras instituições, entre elas a Ismart, que ajudei desde a estruturação do centro de atendimento, a seleção de bolsistas, e enfim a equipe de projetos”, esclarece. “Em paralelo outras instituições foram nascendo também no sentido de preencher espaços que não podiam ser ocupados pela Fundação, por conta do seu foco institucional, e eu fui atuando em várias frentes”.
Ele conta que neste período veio a ideia do Jorge Paulo Lemann de criar a Fundação Lemann no sentido de apoiar políticas públicas com foco em educação. Beto Sucupira, propôs depois de um tempo a criação da Fundação Brava para apoiar também políticas públicas em outras frentes, não somente educação. “Eu posso dizer que participei de certa forma do nascimento destas organizações, por que eu dava assessoria para o começo dos controles internos, para a gestão administrativa e vez ou outra até uma dica de projetos”, afirma.
Após sete anos de atuação no Grupo, Santiago decidiu fazer uma mudança, pois queria entender como era esse contexto do outro lado do balcão. Então foi parar no Banco Real, como Gerente de Desenvolvimento Sustentável. “Foram três anos em que tive um grande aprendizado. Cuidei de projetos, gestão interna, mas também da comunicação de todo o investimento social do banco”, conta. “Nesse mesmo período fiquei responsável pelo programa de Voluntariado, todo o relacionamento com os voluntários, o engajamento, as parcerias com as escolas públicas. Só não desenvolvia a metodologia, mas cuidava de todas as outras frentes. Aprendi muito, pois este projeto era um braço muito forte do investimento social do Banco Real”.
Santiago diz que sua trajetória é pouco convencional. Ele conta que também gerenciou diversos outros projetos tanto de desenvolvimento sustentável, como em outras áreas e em outras organizações como a Artemísia Brasil, a GWI Asset Management, Instituto Unibanco, Museu de Arte Moderna em São Paulo, Associação Umane, e por fim o Vetor Brasil. “O trabalho em instituições tem um poder transformador, mas quando a gente fala em trabalhar com políticas públicas, com lideranças públicas, com mudança de trajetória no governo, a gente tem um outro calibre de contribuição, que é em massa. Mudamos não só uma dezena de pessoas, mas milhares”, enfatiza. “Trabalhando do lado do Governo, geramos impacto social em escala”.
Diversidade, equidade e inclusão
Um ponto que Santiago faz questão de ressaltar é que está encantado por ter a possibilidade de responder também pela frente diversidade e equidade e inclusão. “Esses temas são muito caros para mim. Sou um cara negro, gay, casado com Dani, que é enfermeiro, pai de duas crianças, um menino de treze e uma menina de 10, que chegaram para gente há quase 4 anos”, relata. “Vim da periferia, cresci numa comunidade pobre, por vários anos fui obeso mórbido, então olhando para este histórico todo, eu tenho muitos marcadores de diversidade, e levo este tema muito a sério, sobre diversos aspectos”.
Ele afirma que atuar na diversidade e inclusão é de certa forma uma grande motivação para estar hoje no Vetor Brasil, pois tem a oportunidade de promover um tema que é tão importante à sociedade, num que país ainda sofre demais com as questões relacionadas à inclusão, aceitação e ao respeito. “Quero me colocar a disposição de quem tiver interesse em conhecer mais esta trajetória, trocar ideias e compartilhar opiniões. É só me procurar. Sou bastante acessível e gosto de promover estas trocas e participar do desenvolvimento profissional também de outras pessoas”, finaliza.