Lucas Padilha, alumni da Rede, assume a Presidência do Comitê de Organização do Rio G20
Recentemente recebemos a excelente notícia de que Lucas Padilha, alumni da Rede Vetor Brasil, assumiu a Presidência do Comitê Municipal de Organização do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo e se reunirá em novembro de 2024 no Rio de Janeiro. Ficamos muito felizes em acompanhar a trajetória das pessoas da nossa Rede e vê-las assumindo posições de destaque na gestão pública nacional e internacional. Conversamos com Lucas e ele nos contou um pouco sobre esse novo desafio.
O estado de São Paulo foi o ponto de partida na trajetória de Lucas na gestão pública, e ele considera que essa foi uma trajetória muito rica: “foi a decisão de trocar a Faria Lima pelo Viaduto Maria Paula”. Essa escolha foi crucial e tem repercussões até hoje, pois trabalhar no setor público é atuar com missões e sonhos que não são inteiramente seus, são sonhos de outras pessoas.
Após o fim do seu ciclo como trainee na Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, foi cursar o mestrado na China, um período que inicialmente duraria dois anos, mas acabou reduzido pela metade em função da pandemia. Nos anos seguintes da pandemia, Lucas conta que buscou se conectar com amigos do mundo todo e sentiu que teve um momento de internacionalização mesmo sem sair do Brasil. No mesmo período, criou o Observa China, uma rede independente para profissionais e estudantes com uma paixão por entender e debater a China. Ao longo do primeiro ano realizaram mais de 50 eventos e, até o momento, mais de 100 eventos foram realizados, com a participação de mais de 15 mil pessoas.
Comitê Organizador do G20
Ele considera que as experiências e vivências que passou, estão conectadas a sua chegada à presidência. Após 2 anos na Secretaria de Meio Ambiente, onde passou pelos cargos de Chefe de Gabinete e Secretário, chegando ao posto de Chefe de Gabinete da Casa Civil, ser convidado à Presidência do Comitê Organizador de Rio G20 é também um reconhecimento da sua capacidade de apoiar a gestão atual do município do Rio de Janeiro em um tema tão relevante. Outro ponto que ele considera relevante para sua nomeação, é o entusiasmo com que a gestão atual tem olhado para lideranças com perfis mais jovens.
Falando sobre a organização do Comitê do G20, Lucas explica que se trata de um formato inédito para o Brasil, tanto por ser a primeira vez que o Brasil vai sediar a Cúpula, que conta com agendas externas relevantes para o Governo Federal, mas também pela sede ser no Rio de Janeiro, que neste ano estará em preparação total para receber os Chefes de Estado que estarão presentes no encontro. Além disso, o grande desafio que a organização do evento apresenta, é o de engajar a sociedade civil e seus vários grupos, “para que seja muito mais do que um evento de 1 semana ou 2 dias”.
O Comitê Organizador do G20 está vinculado ao gabinete da prefeitura e articula com todas as secretarias e áreas. A ideia é que toda a cidade esteja engajada no processo de organização, e colocar o Rio de Janeiro em uma posição de destaque. Lucas explica que a intenção é que este seja um G20 estratégico para o país, onde consigamos levar as pautas das políticas públicas do país, meio ambiente, mudanças climáticas, além de discutir outros temas, como guerra na Europa, ascensão rápida da Inteligência Artificial, desemprego, diversidade de gênero e raça. Além é claro de questões econômicas e comerciais importantes, como relações bilaterais entre países.
Além das discussões que o encontro promoverá, irá alavancar também o Plano de Desenvolvimento Sustentável em vigor no Rio de Janeiro, que conta com 900 ações de combate às mudanças climáticas, e tem suas metas bem definidas e estruturadas acompanhadas a cada 15 dias. Nesse sentido, o Comitê tem a intenção de mostrar que o Brasil, bem como o Rio de Janeiro, tem potencial. Olhando para uma geração que está com medo da política e mostrar o potencial de transformação.
Conselho para quem está chegando no setor público:
“Ninguém é líder de si próprio, precisa de diálogo, conversa e trabalho, afinal, ninguém chega convencendo.”
Para quem está dando os primeiros passos dentro da gestão pública, Lucas explica que o desenvolvimento dentro do setor público vai além das capacitações, formações e habilidades: “é um processo de desenvolver senso de urgência, mas com muita paciência. É preciso buscar ambientes extremamente desafiadores, mas também seguros. É necessário ainda um olhar de continuidade, pois o governo não é uma empresa que fecha as portas, mas tem continuidade. Assim, é fundamental entender que existem prioridades políticas, e isso faz parte do espaço de convivência do governo e é legítimo democraticamente”.
O networking também é parte importante para o desenvolvimento, e Lucas considera que a melhor coisa de estar no governo, é conhecer pessoas que você não conheceria fora desse espaço.
“Amei conhecer a população, as pessoas, fazer amigos que nunca imaginaria que faria e isso sem romantização.”
É fundamental contar com mentores e mentoras, tanto mais jovens quanto mais velhos, para ampliar a visão de mundo. Para quem faz parte da Rede Vetor Brasil ele aconselha que busquem essas pessoas, que podem apoiar e muito com o desenvolvimento. Outro conselho que deixa, é de não se apegar à função e nem ao cargo, mas ao aprendizado, “àquilo que você aprende e ninguém tira”.
“Você não pode ser ‘desnomeado’ de algo que você aprendeu.”
Aprender e se colocar à disposição é outra peça importante para a trajetória na gestão pública. Os trainees e residentes trazem novas ideias para o governo, além de intenções de articulação.