Vetor Brasil expande atuação na área de políticas públicas de saúde
Na última semana (01), o Vetor Brasil, numa parceria inédita com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS – @opspaho ), o Conselho Nacional dos Secretários da Saúde (CONASS – @conassoficial ), a Umane, realizaram a assinatura de acordos e parcerias técnicas para a implementação de projetos de impacto positivo, ambos com foco no fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, que seguem em andamento até 2025.
O Vetor Brasil será o parceiro implementador com o projeto Lideranças da Saúde e terá como foco a seleção de gestores locais para acompanhar o mesmo, além da atração, pré-seleção e desenvolvimento de trainees para atuar junto aos gestores parceiros.
O primeiro projeto é a Planificação da Atenção à Saúde que tem como objetivo contribuir com a organização das Redes Regionalizadas de Saúde por meio da articulação com gestores, formação de profissionais, estruturação de processos e da integração efetiva de serviços da Rede de Atenção à Saúde. Ele será viabilizado em seis estados da federação, de forma integrada às iniciativas locais das redes de Atenção à Saúde, com o objetivo de apoiar o corpo técnico gerencial das secretarias estaduais e municipais.
Já o segundo é o Lideranças da Saúde (LIS), que tem como propósito o fortalecimento institucional da Atenção Primária a partir da atração, seleção, desenvolvimento e conexão em rede de vinte gestores públicos. A iniciativa será implementada a partir da alocação e formação de dez trainees de gestão pública combinado à formação e tutoria de dez profissionais da média gerência dos territórios em competências de gestão e liderança.
Projetos são parcerias estruturadas para fortalecer o SUS
Para a médica Socorro Gross, representante da OPAS no Brasil, realizar uma parceria como essa é uma honra e um privilégio para a organização internacional e as iniciativas poderão servir de modelo para outros lugares. “Esperamos que não seja a única parceria que nós teremos, mas que juntos possamos encontrar outros caminhos para a saúde. Poderemos levar e mostrar isso para outros parceiros em outros países para trabalhar desta maneira. Para nós é mais que um termo de cooperação, esse é um processo de parcerias estruturadas para fortalecer o Sistema”, afirmou.
Conforme Rita de Cássia Catanelli, coordenadora de Núcleos Técnicos do Conass, o grande ganho da cooperação é a disponibilidade que todos os parceiros têm de sentar à mesa, olhar e acompanhar o que está sendo feito e sempre implementar a mudança. “Essa parceria vai muito além de aportar recursos, ela é de aportar conhecimento, troca de ideias. A Atenção Primária precisa ser fortalecida e existem técnicas, existem mecanismos pra gente fazer isso. Ao dar esse passo, a gente vai avançar bastante e conseguir realmente fazer essa rede acender e se interligar, para que o usuário se sinta mais acolhido e tendo as suas necessidades atendidas.”
Atenção Primária tem impacto relevante em distintas regiões do Brasil
De acordo com a superintendente da Umane, Thaís Junqueira, a Atenção Primária é um eixo importante no desenho Sistema Único de Saúde no Brasil que, de fato, consegue ter um impacto relevante em regiões tão distintas do país, muitas vezes com tantos desafios. “Atuar por meio do enfrentamento às condições crônicas não transmissíveis é uma preocupação global. Também é uma oportunidade enorme de unir forças com mais organizações públicas, a academia e a sociedade civil.”
“Para enfrentar os desafios de um país tão grande, tão diverso quanto o nosso, a gente entendeu que o melhor caminho para nós, a melhor contribuição que a gente poderia dar no campo filantrópico e como sociedade civil, seria atuando por meio do fortalecimento da atenção primária à saúde. Com um sistema universal e tão completo como o nosso, qualquer contribuição é um pedacinho, é uma ponta ali. Ao mesmo tempo, temos a responsabilidade de fomentar inovações, o desenvolvimento, a qualificação e a capacitação das pessoas. Além de testar modelos que, de repente, possam se multiplica”, destacou.
SUS é expressão prática de valor importante para o Vetor Brasil
Já Eduarda Lazari, coordenadora de Filantropia do Vetor Brasil, salientou que a entidade tem a missão de desenvolver talentos no setor público. Tanto atrair para formar novas gerações, como também para desenvolver quem já está imerso em desafios complexos e precisando ter suas capacidades de gestão e liderança fortalecidas, valorizadas e desenvolvidas continuamente. “A gente fortalece o setor público por meio das pessoas, porque no fim do dia as políticas públicas são pessoas. O mais bonito dessa parceria é que o SUS é uma expressão disso.”
“O SUS é uma expressão prática de um valor muito importante para o Vetor. Em uma democracia fortalecida e madura, a gente tem servidores públicos engajados que trabalham em rede e que usam as suas competências para entregar aquilo que a população mais precisa, que é delas de direito. Nesse projeto específico a gente vai poder colaborar com intervenções tanto no sentido de trazer uma nova geração quanto de desenvolver as pessoas com as quais o CONAIS já trabalha e forma como multiplicadores nas regiões que implementam a planificação”, completou.
Segundo a coordenadora do LIS no Vetor, Natalia Ribeiro, a Saúde Pública entrega a maior parte dos serviços do Estado. O desafio é pensar como potencializar a capacidade implementadora institucional do Estado para levar um melhor serviço, pensando em equidade e inclusão da população que mais precisa. A coordenadora explicou que a atuação do Vetor Brasil se dará em duas vertentes ao mesmo tempo, com trainees em secretarias e na formação do gestor da ponta.
“Gestores são pessoas, gente precisa ser capacitada. Os profissionais de saúde são quem implementam essas políticas. E como que a gente olha pra eles dentro desse processo? Porque eles vão potencializar o serviço de saúde na ponta em si. Estou muito feliz de, como instituição, poder olhar para esse projeto, em várias frentes. Na parte de formação do Conass e também nas lacunas que ficam e não se vê. Então, estamos muito felizes em potencializar a capacidade implementadora do SUS junto com os nossos parceiros”, pontuou Ribeiro.
Cooperação entre organizações se estenderá até 2025
Dentro da cooperação, o Conass será responsável pelo direcionamento e acompanhamento das atividades realizadas com os gestores e profissionais de saúde. Enquanto que a OPAS ficará à frente da implementação dos projetos nos territórios, apoiando também a avaliação e a disseminação dos resultados das iniciativas. A Umane será a financiadora das iniciativas para ajudar a resolver a fragmentação do sistema de saúde.
Ao Vetor Brasil caberá a parte seleção de gestores locais para acompanhar o projeto “Líderes da Atenção Primária à Saúde”, além do desenvolvimento dos trainees envolvidos no projeto. As atividades estão em desenvolvimento e o acordo de cooperação entre as organizações irá até 2025.